SBCC defende Citologia como método de prevenção do câncer do Colo do Útero, de melhor custo-benefício para o Brasil.


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O câncer do colo do útero é uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres no Brasil 

No cenário da saúde pública brasileira, a luta contra o câncer do colo do útero é uma batalha constante. Entre os desafios enfrentados, existe a necessidade de identificar métodos de prevenção eficazes, acessíveis e economicamente viáveis. É neste contexto que a citologia do colo uterino, conhecida como exame de Papanicolaou, se enquadra como uma arma poderosa e de excelente custo-benefício na luta contra a doença. 

Apesar de ser uma forma de câncer altamente prevenível por meio de um arsenal que inclui a vacina contra o vírus do HPV, já que a maiorias das lesões precursoras deste tipo de câncer serem decorrentes das infecções persistentes por cepas deste vírus e principalmente pela detecção precoce de células anormais antes da malignidade se instalar. Possibilitando o encaminhamento para os serviços especializados em colposcopia e biopsia, afim de se confirmar a lesão e possibilitar intervenções oportunas, com tratamentos ambulatoriais, menos agressivos. Outro método de prevenção proposto mais recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), especialmente indicado para os países sem condições de oferecer o exame citológico para a maioria da população alvo, e que o Ministério da Saúde do Brasil já anunciou que pretende adotar, é o Teste Molecular para detecção do vírus do HPV, que representa custos bem mais elevados do que a citologia. 

A SBCC participou ativamente da Consulta Pública Conitec/SECTICS nº 65/2023, encaminhando um relatório técnico-científico ao CONITEC. Este relatório, elaborado em conjunto com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), apresenta uma análise detalhada do cenário atual e dos custos associados aos diferentes procedimentos de rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero. “Além da participação na referida consulta pública, no dia 25 de janeiro tivemos uma reunião com o então secretário de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Dr. Nesio Fernandes, onde junto com os colegas de diretoria, Dr. António Carlos e o Dr. Maurício Turkiewicz, a Professora Ana Tereza Bittencourt Guimarães fez uma apresentação dos dados do nosso trabalho estatístico” ressaltou o presidente da SBCC, Dr. Carlos Eduardo de Queiroz Lima. 

Os resultados deste estudo, apresentados durante o 21º Congresso Brasileiro de Citologia Clínica, evidenciam que a citologia convencional continua sendo o método mais eficaz e custo-efetivo no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). É importante ressaltar que, tanto a citologia convencional quanto a citologia em meio líquido, apresentam desempenho comparável ao RT-PCR, conforme classificação do IARC.

A questão central para o sucesso dos programas de prevenção do câncer do colo do útero reside na organização do rastreamento, destacando-se a necessidade de evitar abordagens oportunistas em favor de estratégias sistemáticas. Além disso, é fundamental considerar que o uso exclusivo de testes moleculares pode sobrecarregar os serviços de colposcopia, aumentando as filas de espera para esse procedimento. Outros pontos a serem ponderados incluem a porcentagem significativa de casos de tumores HPV negativos e a falta de consenso entre as sociedades científicas quanto às estratégias de rastreamento.

Este trabalho estatístico, encaminhado ao CONITEC, foi coordenado pela Profa. Ana Tereza, com a participação ativa dos membros da SBCC, Dr. Mauricio Turkwesk e Dra. Jacqueline Plewka, da UNIOESTE-PR. 

Carlos Eduardo de Queiroz Lima, Ph.D. Presidente da SBCC 

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